23.3.22

OFICINA/VIVÊNCIA - "COMIDA AFETIVA: CONSTRUINDO MEMÓRIAS"

FORMATO DA OFICINA: Online ou presencial. GASTRONOMIA AFETIVA. PÚBLICO DESTINADO: Intergerações (ou pais e filhos). APRESENTAÇÃO Me chamo Wander Rodrigues, artista visual, artista educador social e gestor de projetos artísticos culturais. Nasci em um pequeno vilarejo no interior do Rio Grande do Sul, que se chama Arroio do Padre; área rural com extensa floresta, rios e animais silvestres. Eu era uma criança livre, curiosa e que brincava muito; tomava banho de rio, pescava, subia em árvores e criava os meus próprios brinquedos. A relação com a comida e a cozinha teve início muito cedo em minha vida. Aprendi a cozinhar quando eu tinha aproximadamente nove anos, com esta idade eu já sabia cozinhar feijão preto, arroz, fritar ovo e também fazia salada de agrião selvagem; que eu mesmo colhia em um riacho próximo da nossa casa, (casa de meus pais). Outro dia, estava eu cozinhando feijão preto e enquanto o cozimento se fazia, a casa inteira ficou perfumada com o aroma dele. Esse cheiro despertou minhas memórias afetivas e elas me levaram para a minha infância no interior do Rio Grande do Sul, onde me vejo empoleirado em cima de uma cadeira, para assim alcançar o fogão a lenha da cozinha da minha mãe. “Esse cheiro e sabor, vou levar comigo para toda a minha vida; vai me fazer lembrar os meus dias de criança feliz!” Isso me fez pensar na estreita relação que existe entre a memória afetiva e a comida. Se considerarmos que o olfato e o paladar são os únicos sentidos que nos remetem ao passado, pois ativam uma área do cérebro, o hipocampo, que está ligado às memórias de longo prazo. Ou seja, todas as vezes que eu sentir o cheiro de feijão preto sendo cozido, vou mesmo lembrar-me da minha infância.